O decreto nº 10.387, que criou as debêntures verdes incentivadas, permite que projetos de geração distribuída solar fotovoltaica tenham acesso a esses recursos, avalia a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
“Esses incentivos já existiam para as grandes usinas de geração, mas passarão a valer agora para projetos de geração, mas passarão a valer agora para projetos de geração distribuída, com mais agilidade, menos burocracia e menores custo ao financiamento da energia solar no Brasil”, afirma o presidente da entidade, Rodrigo Sauaia.
Publicado na sexta-feira passada, o decreto estabeleceu novos mecanismos para a emissão de debêntures verdes para o financiamento de empreendimentos de infraestrutura que proporcionem benefícios ambientais ou sociais relevantes.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), a expectativa é que as diretrizes deem impulso adicional a investimentos em fontes renováveis de energia, atraindo mais de R$ 170 bilhões em aportes até 2029. Em potência instalada, o MME calcula que o decreto abre espaço para a implantação de cerca de 36 gigawatts (GW) nos próximos 10 anos, distribuídos em 3 GW em novas PCHs (pequenas centrais hidrelétricas), 25 GW em geradoras eólicas e 8 GW em usinas fotovoltaicas.
Levantamento da Absolar indica que o Brasil conta hoje com cerca de 5,5 GW de potência instalada de energia solar, sendo que quase metade se refere a sistemas de micro e minigeração distribuída, implantados em pequenos sistemas de residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos. Desde 2012, o segmento já atraiu R$ 14,6 bilhões em investimentos, estima a associação.
Fonte: Absolar, 2020
“A geração distribuída é importantíssima para reduzir o impacto no carregamento do sistema elétrico, já que, em época de coronavírus, a reclusão pode fazer com que o consumo residencial proporcione sobrecarga em alimentadores e transformadores de distribuição e, inclusive, de subestações”, é o que afirma Dirceu José Ferreira, especialista em redes de distribuição de energia elétrica.
Energia solar cresce forte no Brasil em 2019 mesmo com incertezas do setor. Nem mesmo as sombras das possíveis alterações sobre as regras do setor foram capazes de bloquear a força da energia solar distribuída no Brasil, que cresceu mais de 212% em 2019.